quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sobre depressão

          A depressão é o espelho interior de nossa civilização. Como acionar o poder de regeneração   da alma se nossos sentimentos parecem as flores malignas de um mundo conturbado? Se as convicções (sejam quais forem) quando se aprofundam em demasia, transmudam em demência, fanatismo, ou   em apático conformismo?
          Vivemos de mitos e os mitos são delírios do inconsciente, construções que nascem de nossos anseios e repugnâncias, medos e supertições, elevam o nível de percepção    e   nos    faz    pertencer ao mundo que inventamos.
          Deles (dos mitos) intuimos o sentido de ser e estar; ao construí-los exorcizamos o que entulha  os caminhos. São bons quando sabemos entende-los. Eles nos ensinam a enfrentar as adversidades,     pode nascer um sol que aconchega, que suscita carinho, atenção, amor. Se separarmos o joio do trigo (o  mito transformado e o mito que condiciona), aprenderemos a tomar decisões, pois nosso olhar decifra e escolhe, o passado é entendido e o presente tem sabor. E a família, os amigos, as crenças,  a diversidade de relações nascidas de um meio rico de contradições e possibilidades, ganhamvalores tão marcantes, que a superação de cada instante (doloroso ou eufórico), perde a noção do sofrimento contínuo.
          Mas, e os mitos que nos esmagam, fibra por fibra, na voracidade do mundo alheio à realidade, criado na imaginação febril dos descontroles emocionais e que devora a insanidade que nos sustenta e mantem o apêgo ao sofrimento ,  por que nos agarramos a eles?
          A época em que vivemos, de mudanças extremamente rápidas, acaba gerando  ansiedade e tensão em níveis nunca vistos antes na  história da humanidade. A pessoa acorda apressada,   ingere pseudos alimentos (consome 10% do que necessita e 90% do que é induzido),   viaja    em  transportes lotados (se tem carro, suporta um trânsito insuportável), E isso gera sintomas devastadores,   afetando principalmente o sistema imunológico. O deprimido fica mais vulnerável a vírus e bactérias. A tensão profissional e conjugal por períodos contínuos, pode facilmente incapacitar uma pessoa para  a vida social. A mulher, com sua carga de múltiplos afazeres (ela ainda está presa a uma sociedade patriarcal portanto ainda não aprendeu a delegar), é sua maior vítima.
          Dores de cabeça, insônia, dor de estômago, manchas na pele, entre outros, podem ser sintomas de depressão. Como tratar? Do ponto de vista da  bioterapia os remédios usados no combate a essa disfunção, potencializam os sintomas de maneira perversa e que passa despercebido: parece que cura mas na verdade mascara, pois como o organismo so funciona bem  se no dia a dia receber   a  carga normal de nutrientes básicos (sais minerais e vitaminas), ao ser privado desses elementos essenciais náo tem como se manter sadio e reagir aos embates do cotidiano. Alimentação de qualidade, ou  seja alimentação viva, com alimentos integrais, ausencia de sedentarismo, ponderação e quietude, são os melhores remédios, e bem ao alcance de todos.