quarta-feira, 27 de abril de 2011

Psicologia da mudança alimentar

       Mudanças de hábitos costumam ser atritos fraternais do indivíduo com seu meio - mudando para voltar a ser feliz, e exorcizar os duendes que, maliciosos adoram arruinar nossas projeções de vida. Sem seus prazeres, a criatura humana costuma dispersar o hábito de refletir e fruir o gozo. E a comida é um legítimo e puro prazer. Nela reside a razão da vida, e dela pode partir o aguilhão da morte. E o prazer embutido no intrincado de sabores intensos e delicados, representa cada elemento em seu valor de barganha no jogo da vida. O banquete é o símbolo, e a fartura, a forma. Os dois evoluem juntos e dão início a todos os mitos que envolvem os frutos da terra, desde a multiplicação dos pães até milenares tabus alimentares.

       Quando, então, iniciamos o caminho de ser e romper, começada a mudança, é preciso continuar a reconhecer os mitos, criando métodos próprios de abordagem curativa emancipadora da saúde em situações de risco.

       Ao mudar, não queremos perder nada que se nos pareça vital. Inventamos derivativos, mantendo a ilusão do bem estar, mesmo quando o organismo reclama com veemência e dispara em sucessivos processos estranhos e dolorosos. Se o desequilíbrio existe, ou se acredita existindo, os fatos corriqueiros ganham entonações dramáticas, podendo ocorrer forte apego a fatos banais, cheios de tensões e equívocos, que trazem à tona outrossim, comportamentos sistemáticos, pouco afeitos a vôos mais ousados, que se deixam monitorar por várias e estranhas realidades.

       Os meios de comunicação tornam indispensáveis formulações que pareçam boas ao sistema. Se a dieta x é boa para tais indisposições, por que não torná-la indispensável? O indivíduo - ponto de referência do consumo per capita - aguenta o peso do jogo e arca com as consequências.

       Quando pedimos socorro, nossas possibilidades são fragilizadas porque não lidamos com a saúde. A condição primordial nas sociedades modernas é saber lidar com a doença.

       Saúde? Longe de nós tal estado de bem aventurança. O sofrimento como paradigma de um bem maior, que nos leve direto ao jardim das delícias (afinal o mundo é plugado na religiosidade).

       Mas, vejamos, onde será que reside a explicação, nas injunções sociais, ou nos instintos, desejos, interesses e necessidades dos indivíduos?

       Na verdade, uma simples mudança alimentar pode representar, no contexto descrito, a dança dos demônios: o medo de perder nossas referências ancestrais, choca-se com as modernas necessidades induzidas, e o resultado é a falta de identidade alimentar, que impossibilita mudanças e saúde equilibradas.

       Prestem atenção: o organismo não trabalha com pesos e medidas, ou seja, não corra atrás de dietas que prescrevam tantas e tais calorias. Ele necessita de alimentos verdadeiros, aqueles com vitaminas, sais minerais, proteínas, que se tranformam em sangue, músculos, pele, sistemas sadios, que funcionem, criem defesas contra infecções e nos protejam das disfunções degenerativas.

       Vejam que gostosura essa salada anti-anêmica:

       (2 pessoas)

  • trigo em grão brotado: 3 colheres de sopa cheias
  • coco seco "natural" ralado: 2 colheres de sopa
  • beterraba bem nova ralada:1/2 xícara de chá
  • cenoura bem nova ralada: 1/2 xícara de chá
  • alface: 6 folhas médias
  • azeitonas pretas: 7 ou 8

      Tempero

  • limão suculento: suco de 1
  • azeite de oliva: 2 colheres de sopa
  • sal marinho: a gosto
  • orégano: 1 pitada
       Misture todos os temperos e acrescente aos ingredientes da salada.

       Obs: Não como comida requentada ou velha, ela já estará vazia de nutrientes, além de pouco saborosa. Comida só fresca.  

  













quinta-feira, 14 de abril de 2011

Leites vegetais

       O leite de procedência animal acarreta ao organismo humano tremendos esforços de adaptação, custando energia de reposição que o corpo, por ausência de material adequado (fora de sua programação celular) não fabrica. A necessidade bioquímica - simples, precisa e básica - está baseada em matéria prima que se repõe e se inventa diariamente, é metabolizado sem deixar vestígios resíduais e sem transformar o meio em caldo de bactérias, passíveis de provocarem fermentações e consequentes inflamações, que empobrecem a continuação da espécie. O organismo se adapta (mais que outro) mas todos acumulam toxinas, substâncias venenosas produzidas a partir de certos alimentos, com relevância para as proteínas animais.

       E por que proteínas animais? Continuemos com o leite de vaca (ou outro animal qualquer) para servir como exemplo: o pâncreas, responável junto com o intestino delgado, pela digestão das proteínas (vegetal e/ou animal) aumenta sua produção de suco pancreático a cada ingestão de leite animal, substância estranha à sua informação/constituição físico-químico. O "efeito desgaste", onde milhões de células são sacrificadas no trabalho insano da metabolização, interfere negativamente no equilíbrio do organismo como um todo.

       Esse efeito negativo soma-se a outros, gerando deficiências tão profundas que o "mapa" fisiológico "distorce" referências básicas (programação celular) e disfunções em cadeia, aproveitando as rupturas, tem início. Diabetes é o exemplo clássico, sendo um dos males mais degenerativos que o corpo vem a sofrer. Vamos procurar imaginar a mãe gerando sua criança no meio repleto de cumulações e vazio de nutrientes básicos.

       O contexto apresentado à criança quando nasce, continua com ausências importantes, e preencher lacunas torna-se difícil dada as ingerências potentes, ilimitadas e constantes,  não se levando em conta a saúde e sim o consumo.

       Traduzindo: o consumo excessivo de carnes, enlatados, industrializados, açucarados, embutidos, achocolatados, transformam o tubo digestivo em uma usina atômica. De geração em geração os seres humanos enfraquecem sua energia vital, alteram a programação bioquímica, o corpo não assume nem coopta as informações diferentes e o resultado são as anomalias, que passam a ser normalidade, infelizmente.

       Os leites vegetais (soja, aveia, trigo em grão, castanhas) possuem os nutrientes essenciais, necessários para a construção de células, ossos,  tecidos e a perfeita interação dos vários sistemas que compõe o corpo humano.

       OBS: o leite que alimenta deve ser dá própia espécie. Vamos tomar como exemplo o leite da vaca: ele é destinado a sua própia cria, ou seja, para quem tem couro, chifre, casco e ossos enormes. O organismo necessita dos nutrientes básicos (sais minerais e vitaminas) para construir o corpo da criança. Se a mãe não tiver leite, os leites vegetais proporcionam todo o necessário para formar saúde de qualidade. As pessoas com intolerância, prisão de ventre, diabetes (é uma das causas), diverticulite, e algumas outras disfunções, devem a sua causa à ingestão de proteínas de outra espécie, em particular leite e queijos, que além de tudo formam muito muco.  


quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Ressonância Schumann

Texto de Leonardo Boff 
        Não apenas as pessoas mais idosas, mas também jovens sentem que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi carnaval, dentro de pouco será páscoa, mas um pouco, natal. Esse sentimento é ilusório ou tem base real?
       Pela ressonância Schumann se procura dar uma explicação.
       O físico alemão W. O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100 km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (daí chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.
       Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequencia biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um simulador Schumann recuperavam o equilíbrio e a saúde.
       Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa frequência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico.
       Ocorre que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo.
       O coração da Terra disparou. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas.
       Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann. Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançadores, como a irrupção da quarta dimensão, pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritimo da Terra.
       Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo de que Terra e humanidade formamos   uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais. Nós, seres humanos, somos terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Sehumann.
      Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz.
       Só para chamar a atenção para um fenômeno que está ocorrendo de forma notável:
       Notaram que as estações estão se movimentando?
       O Outono passado foi mais quente que o Verão; o Inverno foi morno; a Primavera fez mais frio que o Inverno e no Verão choveu como na Primavera e a metereologia prevê um Outono quentíssimo.