quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A outra face do dia a dia ideal

               Quando levantamos pensamos:  como será o dia que me espera, que tenho que viver?  Acontece que na pergunta vem embutida a resposta, a lassidão do pensamento carregado de sofrimento difuso, que se espalha tomando conta de tudo: do café, da fruta, das roupas, do sabonete, até do olhar que lançam sobre nos.  Ai saímos, prontas (os) para sermos infelizes, para justificarmos a amargura que preenche toda e qualquer expectativa que conseguimos acessar impulsionando assim a vida que, cá entre nós, temos que continuar vivendo. Quero dizer que a idealização do que é felicidade faz com que percamos o foco na realidade, voando com a atmosfera, com olhos fugidios, sem penetrar em nada, resguardando a vida para depois e depois...