quinta-feira, 25 de abril de 2013

A FOME

          Fome, palavra agônica por excelência. Tão polivalente e de tão vastos entenderes que, conforme o tom, explicações são supérfluas.
          Pode ser expressão sentimental, emoções turbilhonantes, ou metas mal traçadas que deságuam em tragédias históricas ou geográficas,  ocasião em que os aglomerados sociais ditam as cifras, as datas, os eventos, ou simplesmente narra acontecimentos individuais, banais demais para suscitar alvoroço  e comunicados indiferentes.
          A fome é a resposta do tempo pretérito, presente ou futuro. Ela pertence aos ciclos que contam a trajetória do humano com seus feitos e desfeitos; o constante oscilar das ambições que agudizam a ganância em destruir a configuração da natureza, transformando as flutuações biofísicas em poder manejável.
          Mas, vejamos, se a fome é parte intrínseca da aventura humana, vamos convr que coexistem em nós, várias formas de compulsão pelo que sacia: fome de amor e afeto, fome de conhecimento, fome de poder, fome de luxúria, fome de dinheiro.
          FOME DE AMOR: É a energia do profundo, da busca sem saída, da tristeza sem rosto; é a mão que se esconde tiritando de frio e de paixão. Sombras que desenham o norte, o sul, o leste, tudo onde caiba o que procura
          FOME DE PODER:  É a queima de todos os caminhos; a usura cobiçosa que fere a alma e cega o fulgor do olho que enxerga os desvios e os precipícios
          Como num ritual propiciatório, o poder é a chama que cresta e o vento que devasta e espalha as cinzas;
          FOME DE COMIDA: Na efemeridade do tempo, onde os fatos nascem e evoluem, a vida na terra passou da simplicidade das trocas primitivas, para o conhecimento da fertilidade, que se cultivou e variou, expandiu e movimentou, indo além dos rigores do clima, tateando possibilidades e cruzando, com o passar dos séculos, dois fatôres essenciais: sobrevivência (lei natural) com potencial de consumo(expansão de valores). E aí as fomes, que nascem uma das outras, se misturaram em um verdadeiro balanço civilizatório
          A fome como barganha, é o poder que desintegra o amor. E   3/4 da humanidade vive fomes diferenciadas: abundancia de lixo comestível, que gera uma abundancia de doenças e escassez de lixo comestível, que gera menos doenças e uma agonia prolongada, ou seja, a fome por energia vital (nutrientes básicos) é a mesma, o que difere são as formas e os fatos.

terça-feira, 23 de abril de 2013

OS POBRES OSSOS, MELHOR DIZENDO, OS OSSOS POBRES

          O mal que os humanos fazem vive depois deles, o bem é enterrado com seus ossos.  William Shakespeare acertou na mosca quando, na peça Julio César,  cria esta frase genial. Acerta mais porque mesmo sem ser versado em assuntos de saúde (eu imagino, só não sei o porque), já informa que são nos ossos que as informações nutricionais se acumulam. E, pobres ossos, já nascem predestinados à destrição sistemática, ao longo do caminho destinado a cada uma das criaturas. E, se o trajeto for longo, sofre-se as vicissitudes de uma vida torta, dolorida, sem esperanças de fazer com o corpo o que os sonhos nos ditam: nadar, pular, se contorcer, virar a mulher (ou homem) aranha, e, melhor ainda, viver a satisfação gostosa de se saber imune a inflamações, a infiltrações, dores penosas e intermitentes, e de disfunções que acompanham a má absorção de nutrientes, entre elas, a anemia com suas variações. O nutriente que representa a razão de ser dos tecidos duros, o mais abundante, quase o pilar de uma construção Bioquímica, que emite fluídos que cimentam a estrutura humana, é o CÁLCIO.
          Vejamos o estrago que sua ausencia causa ao organismo: 99% dele estão presentes nos ossos e dentes e 1% restante se encontra no sangue, fluidos celulares e dentro das células dos tecidos moles. E o que ele regula de funções metabolicas, dá a certeza de homéricas encrencas quando nossa vida descamba para o desmazêlo total, tipo pão branco com motadela ( não pense que o de queijo seja melhor), ou qualquer outro ítem da vasta coleção do lixo comestível que ingerimos no cotidiano.
          Mas, por favor, mantenham o equilíbrio. Como em todos os aspectos da vida, o exagero pode ser mais danoso que a ausência. Um dos problemas mais sérios é a hipercalcemia (calcificação dos órgãos ou dos ossos). E o universo das embalagens que embalam nossos sonhos e esperanças de boa saúde, é cada dia mais vasto, com nomes atraentes e informações detalhadíssimas para enganar  as criaturas incautas, crédulas.
          Em outro artigo já falei sôbre o cálcio. Agora vou ensinar uma receita muito gostosa, à base de cálcio:
          PARA QUATRO PESSOAS:  um pacotinho de feijão verde; duas colheres de sopa bem cheias de coco seco ralado; tres quiabos bem novos; meia xícara de tofú; oito fôlhas de alface, uma cenoura grande e nova; meia xícara de uva passa, uma colher de sopa de salsinha, uma colher de sopa de cebolinha; sal marinho a gôsto e duas colheres de sopa de azeite de oliva.
          COMO FAZER: cozinhe o feijão verde; corte os quiabos (devem ser crùs) em rodelas o mais finos possível; rale a cenoura na parte fina do ralo; lave muito bem as fôlhas de alface; deixe a uva passa no molho de água quente durante duas horas; pique o tofú bem picadinho e bata no liquidificador  com uns pingos de limão, uma colherzinha de chá de azeite de oliva, uma pitada de orégano, uma pitada de sal e um pouquinho de água (tipo uma colher de sopa); bata muito bem no liquidificador até se transformar em um creme. Disponha todos os ingredientes em uma travessa, misturando o creme de tofú como uma maionese. Hum! nham nham...
          MUITO BOM APETITE.