segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A cozinha e o mercado financeiro

          Enquanto a cozinha era povoada por mulheres, o glamour passava longe. Mas, que coisa, quando os ladrilhos, os azulejos, panelas e fogões caíram no poço dos valôres filosóficos-financeiros, verdadeiros pilares de sustentação do projeto patriarcal, os suspiros femininos se perdem nas brumas de acintosa indiferença e os cantos emergem dos fundos, ganhando visibilidade, status e uma nova ocupação: a de chefs (sem o e fica mais chique) de cozinha. A que devemos tamanha transformação? Vejamos: No campo das idéias, as mudanças tinham que ser propiciatórias aos valôres masculinos. Se aprovada, dentro dos critérios estabelecidos, ganhava respeito e categoria. Até nas bolsas de valôres. O olhar do mercado lhe deu brilho e rentabilidade.
          E as mulheres, no turbilhão dos valôres temporais, avançam  com passos menos apressados, mais cautelosos. Afinal, os conceitos que os elevaram precisam absorve-las na medida exata do talento que se desenvolveu no tempo. Mas como a roda dos acontecimentos giram sem parar, elas observam e continuam a emprestar o caderno de receitas e a corrigir a lição de casa.                  

Um comentário:

  1. Nery, tá ótimo o teu blog. Continue assim, colocando essa imensidaão de conhecimentos sobre a nossa saúde, dentro de uma linha naturalista e sem alimentos industrializados. Ótima alternativa para quem quer viver bem, longe da cultura indústrial de tudo, até da cultura!
    bjs,
    Gissele.

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